Integrantes: Carolina Novaes (60136),
Júlia Lautert (48076), Nathália Pereira (51051) e Carolina Machado (65260)
Turma 202
REINO MONERA
Bem-vindos
a mais um post do Blog Cientista! Hoje falaremos um pouco mais sobre o reino
Monera, ao qual pertencem as bactérias.
Primeiramente,
é importante citar um pouco do histórico das bactérias. Esses seres
unicelulares foram descobertos em 1683 por um negociante holandês chamado ANTON VAN LEEUWENHOEK, que tinha como
passatempo polir lentes e construir microscópios. Com um desses aparelhos
construídos, ele observou resíduos retirados de seus próprios dentes e, para
sua surpresa, viu seres minúsculos em forma de bastonetes. Em suas descrições,
ele se refere a esses seres microscópicos como animálculos, que em latim, significa pequenos animais.
Mais
tarde, em 1828, o alemão C.G. EHRENBERG introduziu apalavra bactéria, buscando na língua
grega, a palavra ΒΑΚΤΗΡΙΟΝ
(bakterion) que significa "pequeno bastão" (referindo-se às bactérias
que tinham essa forma).
LOUIS PASTEUR e
ROBERT KOCH foram os primeiros
cientistas a descrever o papel das bactérias como vetores de várias doenças. O
médico alemão Koch identificou em 1877 a bactéria causadora de uma doença do
gado chamada carbúnculo hemático ou antraz (Bacillus anthracis). Essa doença é
altamente virulenta e letal (tanto para o gado como para o homem).
As bactérias são os organismos mais antigos em
nosso planeta, e seus vestígios podem ser encontrados em rochas com 3,8 bilhões
de anos, especialmente na Austrália. Elas pertencem ao Domínio Bacteria (que
inclui as eubactérias e as archeias). Todas as bactérias são organismos
unicelulares, procariontes (não possuem envoltório nuclear, carioteca), nem
organelas membranosas.
Vamos
utilizar aqui também os conhecimentos adquiridos nos outros posts desse blog:
um cladograma. Ao analisarmos a composição molecular dos organismos, podemos
separá-los em três grandes grupos (ou domínios): BACTÉRIAS, ARQUEAS e EUCARIOTOS. Este último grupo é o único
a possuir seres eucarióticos.
Apesar
de serem ambos seres procarióticos, existem algumas características que separam
as bactérias das arqueas, como diferenças na estrutura do material genético, no
metabolismo e na composição da parede celular.
ESTRUTURA
DAS BACTÉRIAS
As
bactérias se caracterizam por serem seres unicelulares, e por serem
procariotos, não há uma membrana que envolva o material genético, o qual se
localiza no nucleoide na forma de um único cromossomo circular.
As
células bacterianas são, em sua maioria, envoltas por uma rígida parede celular
que protege a célula, impedindo que ela exploda por excesso de água. A parede
celular também define a forma da bactéria.
Quanto à
forma, as bactérias podem ser classificadas em cocos (forma esférica), bacilos
(com forma de bastonete) e espirilos
(com forma de um bastonete recurvado). Os espirilos propriamente ditos têm
várias espiras, enquanto os vibriões têm uma espira incompleta e lembram uma
vírgula. Confira as imagens abaixo para melhor compreender essa classificação.
A primeira traz uma representação mais didática, e as outras trazem exemplos
reais do que já aprendemos.
Staphylococcus
aureus,
bactérias do tipo coco.
Vibrio cholerae, bactérias do tipo vibrião
Bacillus
sp.,
bactérias do tipo bacilo.
Spirillum
volutans,
bactérias do tipo espirilo.
As
bactérias podem ser classificadas em dois tipos, de acordo com a estrutura da
parede celular: GRAM-POSITIVAS ou GRAM-NEGATIVAS. Essas categorias se
referem a um teste feito por HANS C. J.
GRAM, no qual adquirem coloração rosa se forem negativas e roxa se forem
positivas. A diferença de cor é consequência da estrutura da parede celular.
Além
disso, algumas bactérias patogênicas possuem também uma cápsula, que facilita a
aderência aos tecidos do hospedeiro.
Certas
bactérias têm flagelos, que são longos filamentos proteicos que ajudam na
locomoção da célula. Muitas bactérias patogênicas apresentam também fibras
proteicas curtas, chamadas pili, que também contribuem na adesão ao hospedeiro.
MATERIAL
GENÉTICO E REPRODUÇÃO
As bactérias podem se reproduzir de
quatro formas diferentes, que veremos a seguir.
-
BIPARTIÇÃO, CISSIPARIDADE ou DIVISÃO
BINÁRIA SIMPLES: reprodução assexuada na qual a bactéria se divide em duas,
depois em quatro, oito, e assim por diante.
-
TRANSFORMAÇÃO: a bactéria incorpora
fragmentos livres de DNA de outras bactérias, já mortas
-
CONJUGAÇÃO: transferência de DNA
entre duas bactérias, através de um pili sexual - após isso, as bactérias se
separam e se reproduzem assexuadamente.
-
TRANSDUÇÃO: um bacteriófago inicia
um ciclo lítico, incorporando pedaços do DNA da bactéria ao seu próprio DNA -
depois, ao infectar outra bactéria, ele transfere esse DNA à nova bactéria.
ALIMENTO
Se
considerarmos a forma de obtenção de alimento, podemos classificar as bactérias
em AUTOTRÓFICAS e HETEROTRÓFICAS. Como já deve ser de
conhecimento prévio por estudos sobre biologia em momentos anteriores, são
considerados autotróficos aqueles organismos que são capazes de produzir seu
próprio alimento, e heterotróficos aqueles que não são capazes.
Entre
as bactérias heterotróficas, encontram-se as saprofágicas e as parasitas. As
primeiras obtêm alimento a partir de cadáveres e restos de seres vivos,
enquanto as parasitas encontram esse alimento em tecidos de seres vivos, muitas
vezes causando-lhes doenças. Elas também utilizam da fermentação e da
respiração aeróbica (podendo viver
na presença de oxigênio, na ausência de oxigênio, ou ainda serem anaeróbias
facultativas, ou seja, podem viver com ou sem oxigênio) para se
alimentarem.
Entre
as autotróficas, as bactérias podem ser:
1.
FOTOSSINTETIZANTES, que utilizam a luz como fonte de
energia para síntese de compostos orgânicos. Algumas dessas bactérias, como as
proclorófitas e as cianobactérias, realizam fotossíntese semelhante à das
plantas e algas.
2.
QUIMIOSSINTIZATES, que utilizam a energia liberada
em reações de oxidação de compostos inorgânicos como fonte de energia para
produção de seu alimento.
Observe
o esquema abaixo para melhor compreender esses fatos.
BACTÉRIAS
E DOENÇAS
Vejamos agora algumas doenças
causadas por bactérias:
Para
tratar essas doenças, muitas vezes são utilizados antibióticos.
ANTIBIÓTICOS
Apesar
de a criação dos antibióticos ser assunto para um post futuro — sobre fungos —,
é importante falarmos sobre eles aqui também.
Os
antibióticos (antibacterianos) são fármacos derivados em toda ou em parte de
bactéria ou bolores e são usados para tratar infecções bacterianas. Eles são
ineficazes contra infecções virais e infecções fúngicas. Os antibióticos
destroem os microrganismos ou detêm a sua reprodução, tornando mais fácil para
as defesas naturais do organismo eliminá-los.
Nas bactérias,
eles podem atuar em diversas partes: Parede celular, cápsula bacteriana,
membrana plasmática, na síntese do DNA (tanto na estrutura do DNA, quanto na
transcrição, no RNA mensageiro e na tradução) e nos ribossomos. De maneiras
diferentes, esses medicamentos, de formas diferentes, dificultam o
funcionamento da bactéria, levando-a à morte.
Em uma
atividade escolar, nós — da equipe do blog — observamos várias bulas de
antibióticos, achando, nelas, seu princípio ativo, como vemos a seguir (o
princípio ativo está destacado com marca-texto e caneta azul):
Encontrados vários
princípios ativos, fomos pesquisar seu local de atuação na bactéria. Comparando
e pegando informações de outros colegas da turma, foi feito esse esquema, no
qual os princípios ativos estão localizados logo abaixo de seu local de atuação
(não fomos capazes de encontrar princípios ativos para todos os locais):
CIANOBACTÉRIAS
As
cianobactérias já foram classificadas como algas pertencentes à divisão Cyanophyta e à classe Cyanophyceae. Por isso, são também
conhecidas como cianofíceas ou algas azuis. Os sistemas de classificação mais
recentes colocam as cianobactérias como pertencentes ao grupo das bactérias.
As
cianobactérias são encontradas na água doce, na água salgada, em solos úmidos e
também recobrindo superfícies rochosas e troncos de árvores, geralmente
exibindo vida livre, mas também formando colônias. Por vezes, se associam a
outros seres estabelecendo relação de mutualismo. A reprodução é assexuada,
ocorrendo principalmente por divisão simples ou cissiparidade.
As
cianobactérias são autótrofas fotossintetizantes e algumas espécies são capazes
de fixar gás nitrogênio da atmosfera. Essas duas características contribuem
para a proliferação desses organismos em certas condições ambientais
consideradas desfavoráveis para a maioria dos seres vivos.
ARQUEAS
As
arqueas, também conhecidas como arqueobactérias, constituem um grupo de
microrganismos unicelulares e procariontes no qual estão seres aeróbicos,
anaeróbicos, autótrofos e heterótrofos.
Por viverem em condições ambientais
consideradas extremas, normalmente inóspitas a outros grupos de seres vivos,
muitas espécies de arqueas são chamadas de extremófilas.
Elas foram encontradas se desenvolvendo, por exemplo, em ambientes com
elevado teor de sal ou em fontes termais ácidas com temperatura entre 60 e
80ºC; algumas espécies apresentam temperatura ótima de crescimento superior a
100ºC. Mas várias espécies de arqueas podem ser encontradas também em condições
ambientais consideradas normais para a vida.
Bactérias e arqueas são seres unicelulares
e procariontes, mas apresentam importantes diferenças entre si. Análises recentes no sequenciamento de DNA e RNA em
arqueas e bactérias têm mostrado que esses dois grupos apresentam notáveis
diferenças genéticas, a ponto de se considerar que as arqueas são
evolutivamente mais próximas dos eucariontes do que das bactérias (observar
cladograma apresentado no início deste post).
IMPORTÂNCIA
DAS BACTÉRIAS
Apesar de
parecer que não, as bactérias são muito importantes. Primeiramente, elas são
consideradas os primeiros seres vivos a existirem no planeta, portanto são a
origem da vida na Terra. Elas também desempenham diversas funções ecológicas,
como decomposição, ciclagem de nutrientes, produção de gás oxigênio e de
matéria orgânica. Além disso, também há o uso industrial das bactérias. As bactérias
dos gêneros Lactobacillus e Streptococcus são utilizadas para a
produção de iogurtes, queijos e coalhadas, enquanto as do gênero Acetobacter são usadas para a
transformação do vinho em vinagre.
Bom, desejamos
que você tenha entendido a matéria e aprendido um pouquinho mais sobre
bactérias! Esperamos todos nos próximos posts do blog!
CASTRO
OSORIO, Tereza. Biologia 2. 2ª Edição. São Paulo: Edições SM, 2013
PAULINO,
Wilson Roberto. Biologia, volume único. 10ª Edição. São Paulo: Editora Ática
S.A., 2009.
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CARRAMATE
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Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/bacterias-2-estrutura-modo-de-vida-e-classificacao.htm>. Acesso em 18 de março de
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ELIAN,
Samir. O que não me mata me faz mais forte? — III: mecanismos de recombinação
(parte 1). Disponível em: < http://scienceblogs.com.br/meiodecultura/tag/bacterias/page/5/ >. Acesso em 19 de março de
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